23 janeiro 2011

Sussurro

Fiz um texto sussurrado,
Com receio que ouvisse meus anseios...
Meus medos - se ainda ausentes de ti - são como rabiscos
Aprisionados em bolinhas de papel

Talvez eu não mais consiga...
Mutilar minhas genuínas vontades
Consolar-me em tuas prendas concedidas
Entorpecer-me com nossos carinhos
Afogando-me na janela a te esperar...

Fiz um texto sussurrado...
Pra que eu não acorde e sinta,
todo esse vazio já preenchido...
...com o amor que escolheu não me entregar.

10 dezembro 2010

Vida real














Não te quero perfeito.
Quero-te assim, da maneira errada e na situação contrária
Nessa sinestesia de sentimentos
que resulta um amor real

Não sou teu encaixe
não resolverei tuas mazelas
Talvez eu até faça parte dos teus medos

Não exija de mim o que não pode entregar
Me querer perfeita
é render-se à eterna insatisfação de si mesmo.

21 novembro 2010

Superação













Tenho certeza de que as pessoas que já participaram de uma maratona - e completaram - devem ter boas histórias pra contar do percurso de 42,195 km da corrida, tamanho esforço necessário para completá-la. A partir de um certo tempo, vi pessoas mancando, outras com câimbra; há os que intercalam corrida e caminhada! Vi alguns passando mal, e outros incrivelmente preparados.

Não sei em qual parte você se encaixa, mas a minha história foi mais ou menos assim:

- comprei relógio com GPS para os treinos, Ipod, óculos ultra mega protetores, filtro solar 90 utilizado por velejadores (sim, existe e recomendo!), tops, meias especiais e obviamente, o tênis. Não posso esquecer da vaselina, produto mais utilizado em toda essa trajetória de treinos até o dia da prova.

A largada ocorreu às 6h30 da matina, ainda não havia amanhecido. Temperatura perfeita na largada! Bem, eu dividiria a prova em 4 partes:

  1. km zero ao km 10: piece of cake, rs. Controlei o tempo, indo devagar a 6'00'' ~ 6'20''/km;
  2. km 10 ao km 21: a temperatura, antes amena, começa a dar sinais de existência. Segui firme e forte, no mesmo passo do 1° trecho;
  3. km 21 ao km 31: pensei muito tempo no calor, temperatura ao redor de 30 graus, me pego procurando nuvens no céu, sem sorte. Minha velocidade havia caído um pouco, tomo carbogel, água e vamos em frente!;
  4. Daqui até o final, só pensava no final. Tudo passou pela minha cabeça, mas 'desistir', certamente, foi o pensamento mais frequente. Os 30 graus, as zero nuvens, trechos não planos e muita fraqueza fizeram parte dessa fase. Cada km foi sofrido, e apesar de piegas, pensei por uma hora e meia 'eu não vou desistir'.
Na verdade, não andei trecho algum, e consegui completar a prova em 5 horas e 5 min, o que equivale a uma velocidade de 8,4 km/h para os corredores de esteira. ;) Minha ideia era uma velocidade maior, mas somente durante a corrida compreendi que na 1a maratona, o que realmente importa, é completá-la.

Pra mim, o aprendizado resumido foi a determinação. Os longos treinamentos aos sábados e domingos bem cedo, as aulas de musculação, os treinos após dias cansativos de trabalho durante a semana, boa alimentação e suplementos, menos cerveja (essa parte dói!) e um certo afastamento dos amigos não corredores, precisam de uma boa explicação. ;)

Tudo isso, pra participar de uma prova que beira a insanidade, cuja sensação de bem estar ao término é indescritível, fazendo o ser humano entender o significado prático de superação pessoal. Piegas ou não - hoje - posso dizer que entendo esse sentimento. E recomendo.

31 dezembro 2009

De olhos fechados



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E de uma piada, despertou a curiosidade
O que aquele menino tem?
Revejo uma história bem vivida
Num cenário sem respostas prontas

Teu beijo que toca
Nossos olhos que fecham
O incerto que ausenta
O sentimento que ata

Transformando nossos corpos em um
Esse conjunto de novas verdades
Revela um amor nascente
Ainda calado, no compasso das minhas palavras

04 dezembro 2008

Nua


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Concedi minhas vontades não planejadas
Deixando à mercê das nossas obviedades
Nas entrelinhas secretas, fantasias reais...

O desejo proibido, o prazer concedido
Armadilha inevitável dos nossos quereres
Eu, mortal, você falível,
frágeis de tão despidos...

Meu perfume suave que te envolve
Sua voz tenra que me completa
Num misto de feitio e delicadeza,
manhã de primavera ensolarada...

Fugitiva dos meus anseios
Permito uma ingênua inspiração
Mesclo divagações e acordes
mas a certeza só mesmo, que naquele beijo é onde mora a poesia...

23 setembro 2008

Lembrança








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Aquelas versões confusas de tuas palavras
Confiante em puras verdades.
Entreguei há pouco minhas sensações ao vento
Vozes que gastei nas mágoas que te escondi

No nosso ir e vir corrido
Meio en passent – admito – releio teus poucos escritos
O teu feitio te fará sempre negar,
Ainda que sem tirar teu sono
Fui fonte de alguns poucos versos

Finjo que não me afetam
Uma história bonita em que não mais me encontro
Cada um com suas visões
Constato... que de fato nada aconteceu.

30 abril 2008

Esculpindo o tempo




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No emaranhado da vida
Passagens efêmeras, a galope,
trazem nostálgicas lembranças embebidas em melodia

Como num mosaico de mim,
Onde as peças são parte do tempo
Encaixo minhas mazelas, estranhezas e desacertos

Colo um arrastão de segundos,
Divido certos pesares e lembranças
E venho a contemplar um turbilhão de aprendizados

21 março 2008

Em palavras


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Não pelas diferenças
Pela ausência,
Pela estranheza

se quando há sentimento
qualquer detalhe se transforma em charme
a dor perde sua força
a briga ganha graça da conquista.

Falo sem chegar ao ponto
Venho transformar em palavras
Uma angústia inexplicável
Que freqüenta quando bem quer,
toma conta de mim
mas não se chama amor...

12 fevereiro 2008

Sonho de menina


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E de tanto sonhar, de tanto querer
Ela imaginou perfeito

Mas veio como um tornado
Daqueles, das marcas da destruição
Num cenário triste do dia-seguinte
Que invade, faz dela brinquedo
Volta quando bem quer
Vai embora sem muito olhar pra trás

Hoje é palco vazio,
Capítulos de uma história breve
Que veio, machucou,
Mas já passou...

22 janeiro 2008

Um


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E do óbvio fez-se o escrito
O beijo trocado,
Os corpos encaixados confessam nossos quereres mútuos
O insistir em ti e o não me importar quem fostes,
Simplesmente admirar quem ‘és’ e desejar que ‘sejamos’

Deixo meus passos traçarem seus próprios caminhos,
Em certas esquinas, encontro sinais de ti,
Sem culpa, entreguei-te minhas entrelinhas

No lugar do vazio, esse amor inteiro...
que acontece quando ‘tem que ser’
Preenchendo cada pedacinho de mim

28 dezembro 2007

2008!


Acredito que o grande barato da vida é sentir orgulho de sua história. Mais um ano se passou, tocamos nossos 365 dias da maneira como achamos a mais correta.

O amigo afastado, a palavra mal-educada, o estresse cotidiano, nesse momento fogem de cena (preciso de férias, rs). Chega essa data tão especial – a da virada, e é tempo de refazer planos, reconsiderar os equívocos e perdas, reforçar valores acertados e trocar os fracassados.

Nem tudo foi perfeito, mas é muito boa a sensação que tudo está ‘zerado’, vai começar um novo ano! É como se ganhássemos uma nova chance pra que nossos projetos sejam finalmente alcançados.

Como nesse fim de ano estou mais emotiva (rs), escrevi este post pensando em todas as pessoas que de alguma maneira fizeram (fazem) parte da minha trajetória. E desejando um ano de muita garra e alegria pra todos nós.

Que o próximo seja sempre o melhor de todos!

30 novembro 2007

Das facas às borboletas




"Sinto abalada minha calma
E embriagada minh’alma
Efeito da tua sedução
Oh! Minha romântica senhora tentação
Não deixes que eu venha sucumbir... Neste vendaval de paixão"

Cessam-se os cortes,
Findou aquela fase.
Agora muito pouco vou contar...

Pausa pra reflexão
Hoje sou corpo e mente sorriso

24 outubro 2007

O dia após


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Demorei pra escrever este texto temendo pouca precisão
Afastei pensamentos, evitei o desfrute das sensações de ter você
mandando embora a esperança... ora dá vida, ora sufoca

Nossos encontros fugazes onde a entrega é eterna
Formam partes encaixadas de aprendizados mútuos
Sem opção, cruzaram-se nossos trajetos
sua malícia sutil e minha vontade despida...

Minha alma escolheu se declarar em palavras
Deixo nossas coincidências de lado
E confesso quão indescritível em meu peito existe
Todo sentimento, que há muito tempo é só seu.

16 setembro 2007

O samba é seu dom


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Sesc Pinheiros, às 18h00 de hoje: Fabiana Cozza entrou no palco. Alguns felizardos, amigos e eu pudemos prestigiá-la no show de lançamento do seu segundo CD “Quando o céu clarear”, tão sensacional quanto “O samba é meu dom”, seu primeiro trabalho.

O show foi perfeito: repertório e músicos excelentes, iluminação exata se encaixando na decoração, a participação especial de Dona Ivone Lara, dos cubanos Julio Padrón (trompetista) e Yanel Matos (pianista), fazendo parte da sincronia charmosa de Fabiana, cantora com uma energia indescritível, tem que ver pra conferir!

Mas chorar em show... só mesmo uma vez, nos meus 21 anos. Era um musical pelo qual até hoje sou apaixonada, conhecia todas as músicas, etc. Hoje, ao ouvir a música “Tendência” – não somente pela letra, mas pela interpretação fascinante que foi dada a essa música, posso dizer que foi a segunda vez que a emoção ficou perceptível aos meus olhos.

O Samba é meu dom, Quando o céu clarear... Fica aqui minha pequena homenagem. Que venham muitos!


Tendência
(D. Ivone Lara/Jorge Aragão)

Não... pra que lamentar
Se o que aconteceu... era de esperar
Se eu lhe dei a mão... foi por me enganar
Foi sem entender, que amor não pode ha... ver
Sem compreensão, a desunião... tende aparecer
E aí está... o que aconteceu
Você destruiu... o que era seu

Você entrou na minha vida
Usou e abusou, fez o que quis
E agora se desespera, dizendo que é infeliz
Não foi surpresa pra mim, você começou pelo fim
Não me comove o pranto de quem é ruim, e assim
Quem sabe essa mágoa passando
Você venha se redimir
Dos erros que tanto insistiu por prazer
Pra vingar-se de mim
Diz que é carente de amor
Então você tem que mudar
Se precisar, pode me procurar... procurar
Se precisar, pode me procurar

03 setembro 2007

Simples


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Eu sempre acreditei que a felicidade está em pequenas coisas...
Céu azul pela manhã,
Pão francês quentinho com manteiga derretendo
Tirar o sapato apertado
Uma conversa sincera
Beijo na boca apaixonado...

Ligar o rádio e ouvir aquela música
Um cheiro que relembra bons momentos
Pedir trégua com a barriga doendo durante uma gargalhada
Seu sorriso de longe ao me ver chegar...

Ler um texto improvisado e perceber que é seu.

24 agosto 2007

Pausa


"Hoje, nada me cala este violão
Eu faço uma batucada
Eu faço uma evolução
Quero ver a tristeza de parte
Quero ver o samba ferver"
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Olha, não costumo desabafar declaradamente aqui, não. Meus textos são elaborados (rs), levo um certo tempo para escrevê-los, e sempre que possível tento poetizá-los...
Longe de ser piegas, despertar preocupações ou dar algum conselho a la auto-ajuda, mas tenho aprendido algumas coisas. Recentemente tive uma perda (profissional) de dimensão indescritível. Dei (ou ainda estou dando) a volta por cima. Além dessa perda, muitas coisas bizarras têm me acontecido, mas de tanto refletir, chego às mesmas conclusões, não importa quão freqüentes sejam minhas reflexões:

Há males que vêm para o bem;

Quanto mais atividades temos, mais coisas pensamos em fazer e por incrível que pareça: acha-se tempo! O contrário é – infelizmente – verdadeiro;

Quando há interesse, seja de que tipo ele for, o ‘interessado’ torna-se prioridade;

Só fazem com a gente o que permitimos que façam. Se não for a primeira vez, então, definitivamente você deu o alerta “use e abuse”.

Talvez futuramente eu apague este post. Talvez não. Pra mim ele não é a exposição de uma má fase ou um mau dia. Foi minha ‘escolha do que fazer a respeito’ – vide descrição do meu blog acima. E já que o blog é meu, meus caros preciosos poucos leitores (rs), eu tenho dito...!

23 agosto 2007

Obsoleto


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De você, a falta...
Tento adivinhar seus prazeres
No meio das respostas curtas
Saudade nos meus pensamentos secretos
Concretizados e trancados na memória

De mim, fidelidade...
Continuo com gestos mudos
me envaidecendo com tuas prendas
cantarolando futuras nostálgicas canções

Das biografias e metáforas,
o desejo que ‘passado’ fosse a precisa tradução dos nossos desencontros...

26 julho 2007

Percepção

Outro dia estava lendo um texto sobre o amor. O texto era a carta escrita por S. Paulo aos Coríntios, está no Novo Testamento e é bem conhecida por muitos de nós.

Apesar do belíssimo texto, a música ainda é o caminho ‘mais curto’ a me tocar (desculpem o trocadilho infame, rs). Ela é o próprio amor em alta velocidade. Nelson Cavaquinho soube bem descrever os efeitos do amor: “contigo aprendi a sorrir, escondeste o pranto de quem sofreu tanto, organizaste uma festa em mim...” ou então a precisão de Chico Buarque: “Gosto de você chegar assim arrancando páginas dentro de mim... Sabia que você ia trazer seus instrumentos e invadir minha cabeça...” entre muitos outros.

Seja na poesia, prosa ou música, é sempre possível uma interpretação única de nossa história, dando a sensação, muitas vezes, do autor ser mais ‘vidente’ do que sensível, adivinhando nossas emoções e conseguindo descrevê-las de forma genial.

Sinto Fernando Pessoa, admiro Camões e choro com Manuel Bandeira. Ainda que parte de mim seja traduzida em meus textos, entre amores e dissabores, sem a música é que eu nada seria...


(I Coríntios, Capítulo 13, Versículos, 1 a 13)

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser mem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o Amor."

04 julho 2007

Real


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Vejo cenas repetidas da minha própria história
Déjà vu em vida real
Demonstro a fraqueza ainda não revelada
Paz estreita... frágil de superfície, incômoda de passageira

Como um fim-de-filme antecipado, ausentei-te de mim por vontade...
Entre comemorações e tristezas,
Afastaram-se os futuros brindes
A raiva não sentida
As risadas não vividas
A história não contada
O amor desperdiçado

Nessa mistura de sabores cerceados
partirei com meus segredos
Entrego-te meras palavras,
disfarçando essa espera trôpega...
Que insiste em fazer parte de mim.

08 junho 2007

Pontual


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Passo semanas com uma mesma atitude ou pensamento. Tentativas de mudança, por mais positivas que possam parecer, me causam medo. Medo de dar errado, de doer, de falhar, de me arrepender, medo do medo do que poderá acontecer. Assim encontro uma espécie de justificativa pra algumas atitudes estagnadas.

Sou adepta a teorias. Aliás, se há duas coisas que funcionam pra mim são teorias e promessas. Gosto de ter uma teoria pro funcionamento das coisas que de alguma maneira me afetam. E se quero mudar, a promessa está lá pra me dar suporte. Sem entrar muito nesse mérito, é assim que ajo.

Longe de ser piegas, percebi recentemente uma nova teoria no ar: não podemos aceitar ou mesmo ficar contentes com sentimentos pela metade. Veja bem, pela metade pode ser 1/3, 2/3 ou muito próximo a 1. Contanto que não chegue a 1, está dentro do meu campo teórico. Isso não é unilateral, vale tanto pro que sinto quanto pro que quero que sintam por mim (notem que não me refiro necessariamente ao amor). Alguém que eu seja ‘meio a fim’, um jantar meia-boca, um chefe que não tem certeza da capacidade de alguém ou mesmo uma balada média são – de fato – broxantes. Prefiro coragem à dúvida, emoção ao morno, tentativa à mesmice.

Pode até ser um pensamento típico de engenheiro – too much rational – mas por enquanto é essa teoria que está em vigor. Dessa vez, sem poesias e mais ênfase à razão. Até o próximo post.

01 junho 2007

Puro


Simples...
Sem julgamentos, pretensão ou distinção
Irresistível aos olhos com fervor
Sinto por dois querendo invadir
De tanto querer, de tanto porvir

Mistura ansiosa de cores e tons
Sensações bipolares em frações de segundo
Num instante, fraqueza sufocada
No outro, te entrego toda minha alma.

28 maio 2007

Cor-de-rosa




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"...é por isso que eu canto assim..."

Atente-se ao pandeiro solitário,
À graça da espera do ritmo perfeito
Nesse compasso que me serve de alento
de quem te viu, seguindo em querer te ver...

Chora pandeiro:
“...organizaste uma festa em mim.”

25 abril 2007

Intocável


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Toque uma canção com os mais belos acordes e harmonias
Entre a fundo se for capaz nos meus maiores mistérios
Está lançado o desafio: atinja este tom

Converse até certas intimidades
Descubra meus quereres
Se lambuze de imaginação

Almeje, sonhe, mesmo que não possua...
Meu quase secreto sentimento: ela permance aqui, nesse show de lembranças dentro de mim.
Insiste em continuar?
Insisto que ela continue...

No teu concerto, és a maestrina. Eu, espectador.
No meu espetáculo, cadencio meus sopros e decisões sem intenções altruístas.
Eu - ainda que receoso - te entrego o total livre arbítrio de lutar.

22 março 2007

Mais um dia






Naquele dia...
De forma meio arranjada, meio debochada...
Resolvi fazer tudo diferente
Diferente e tudo igual, afinal, o outro dia seria – fatalmente – um novo dia.
Minhas expectativas nunca me trouxeram grandes surpresas
O contrário é uma verdade... a minha verdade
Da menor antecipada emoção contei minhas melhores histórias.

Não sei o que aconteceu, mas desde que me aproximei, sabia que naquele diferente meio semelhante, havia um quê de muito especial. Nós dois ali, tudo estava - de fato, completo.

Todas as emoções, agora longe, muitas léguas away from me.
O que aconteceu não ouso explicar, não preciso explicar.
O avassalador sai de cena e os próximos capítulos seguirão como sempre. E graça, tristeza, sentimento, farão parte do vocabulário, mesmo depois daquele dia...

Outras cenas virão: umas boas, outras nem tanto... Mas o que faz estas valerem a pena são momentos, dias inesquecíveis.

Dias como aquele dia.

25 fevereiro 2007

Planos


O que acontece é o seguinte: preciso de motivos pra escrever. Me empolgar, me apaixonar são situações que me deixam cheia de inspiração. Quando fico triste, escrevo tb, afinal, escrever é um desabafo bem válido: fica escrito, gravado. E se vc esquecer, é só ler de novo o texto que chega até a vir a lembrança daquele sentimento, mesmo que ele já esteja quase passando, ou seja de fato passado.

Comecei com aquele parágrafo porque dessa vez quero escrever, mas sem motivos, sem grandes fontes inspiradoras de mim. O resultado é um texto meio sem graça, mais egoísta.

Acho que o ano começa realmente após o carnaval. Pq até lá, ele ainda não chegou e o mais interessante é saber aonde ir nessa semana tão importante. Assim passa janeiro e parte de fevereiro. Esse foi o carnaval mais diferente que tive em alguns bons 7 anos.

De fato, ainda não me acostumei com certas situações que sempre me pertenceram. Não estou a fim de explicar quais são aqui, porque não há nada mais desagradável e causador de vergonhas alheias do que um blog que fala do dia-a-dia de uma pessoa (como por exemplo, hoje acordei e comi meio pão francês (!), tomei banho e liguei pro Luisinho. Ah, o safado não tava em casa, pode?).

É... fase nova, dúvida e uma certa estranheza e em alguns certos momentos. Tentarei me ausentar menos daqui. Mas agora vou... o samba mandou me chamar.

07 janeiro 2007

Desvio





Eu preferia falar de flores...
Talvez mostrasse minha raiva


Ou descontaria as tantas irracionais atitudes
A desobediência dos seus atos que não justificam minha ausência
Sua insistência pra me preencher
Suas pegadas pra me lembrar.

Eu queria tanto falar de flores...
A matemática que deixou de ser mistério
Agora é peça preenchida no tabuleiro
Ventos que arrancam minhas notas,
Transformando em melodia fosca.
Que dentro da minha inspiração, saiam alguns vários remoídos contos!
Depois ouse me forçar a declamar seus versos dentro de mim...
Minha palavra sua boca, seu corpo meu cansaço
e que todos meus escritos não sejam chamados sonhos.

Hoje eu queria falar de flores...
Mas não consegui.

26 dezembro 2006

Segredo








Entrega-me a fórmula, tentarei reproduzir
Tantas mil vezes os passos que daria
Reduzirei os erros. Pensarei mais?
Abriria o papelzinho e juntaria aquelas dicas



E sairia...divagando. Mas questionaria?

Amanhã – então – cruzo a fronteira
Inerte a todas as premonições.
E percebo uma beleza tímida...

Insegura, tento antecipar a carta que escolhi chamar de ‘minha história’

09 dezembro 2006

Tá valendo





Perdoem minha ausência. Fim de semestre leva a culpa pela falta. Como ele está quase acabando - mas ainda não acabou, reza pra boi bumbá, Oxalá–Oxu-Dendê (espero não ter me confundido com culinária aqui), mandinga, tudo vale. Até horóscopo, que não dou a mínima:

Áries

“Claro que você preferiria resolver todas as pendências de uma vez só e entrar de vez nos festejos de fim de ano. Mas o tempo, embora não pare, também não anda a jato como você gostaria. Cada coisa tem sua hora, cada conversa tem um momento para acontecer, e você vai ter que se ajustar, sem sair correndo em busca de tempos perdidos.”

Se essa p%$#@ aí de cima estiver certa, só me formo em fevereiro. Ou não encontrarei meu grande amor antes do Natal. Ou só ficarei rica mais tarde. Ou...


Quer ver o seu?

20 novembro 2006

Presença














Segue...
Cantando dentro de mim
fazendo eu me sentir mais bela
a certeza aos poucos se consolidando

Ainda não findada a história,
porém sem direito a juízo, num simples final, simples assim
Escondidinho, no escurinho
você abre os olhos, e deixa a tristeza se ausentar.
Tocarei meus acordes chorosos
pra te mostrar a verdade no que sinto,
seja lá o que isso for.

No que se apresenta, levo embora a dor maior.
O que sinto é meu, me acompanha
e no exato momento dessa leitura,
mais que compartilho:
dou-te o direito de saber que também pertence a ti.

31 outubro 2006

***




Arrependimento – (Wikipédia): “arrependimento quer dizer mudança de atitude, ou seja, atitude contrária, ou oposta, àquela tomada anteriormente”.
Eu associo o arrependimento à culpa. Eu prefiro me arrepender. Na verdade, não é questão de preferência. Já me arrependi por fraqueza. Porque foi mais fácil me deparar com ele do que a vontade enrustida.

Culpa – (Wikipédia): “culpa se refere à responsabilidade dada à pessoa por um ato que provocou prejuízo material, moral ou espiritual a si mesma ou a outrem. O processo de identificação e atribuição de culpa pode se dar no plano subjetivo, intersubjetivo e objetivo”.
Outro dia, almoçando com um amigo, ele disse algo que me fez pensar muito depois: “culpa é uma coisa que foi inventada pra que houvesse controle sobre as pessoas. Não é sentimento. Para tê-la, é necessário ser religioso... ou judeu.” Fantástico.

Alegria – (Wikipédia): “representa um sentimento humano
de bem-estar, euforia, empolgação, paz interna”.
Uma pessoa alegre, feliz, de acordo com essa teoria não sente culpa. Estava lendo uma pesquisa feita pelo Datafolha, e numa data tal (de 2006), ela revelava que 76% dos brasileiros se consideravam felizes. O curioso é que os evangélicos pentecostais
foram os que mais se se deram bem: 83% (os ateus atingiram 67%).

Ainda no tema ‘feliz’, encontrei isso aqui: “Do grego: "phelis". Diz-se que uma pessoa é feliz quando possui o ar da graça, ou em total estado de euforia. Uma pessoa feliz é capaz de muitas coisas. Phelis Xiddad Croniccus é uma doença que afeta pessoas que acham graça em tudo, possuem desvio de caráter e isso deve ser tratado por profissionais: psiquiatras”.

Um sujeito tomou uma atitude ‘errada’. Acompanhará esse pobre infeliz a culpa? Se ele for um evangélico pentecostal, quase certamente não dará a mínima, é bem resolvido (afinal, Ele é sangue bom). Na outra visão, basta se desconverter (e assunto encerrado). E por fim, se ele estiver bem, é um doente mau-caráter com solução psiquiátrica!

Ah, quer saber?***






***volte ao topo.

17 outubro 2006

Uma nota





Como faria se um tema não saísse da minha cabeça? Deixo de escrever por ser piegas? Absolutamente! Escrevo, tenho personalidade. Mas escrevo sobre ele? Acho que vou falar sobre o filme Closer, ao qual recentemente assisti. Não seria piegas, pelo contrário, é ‘cool’.


Pensando bem, poderia falar sobre a Miúcha. Acabei de ver na Cultura um show que ela fez em 1984. Sensacional. Ela cantou – pra variar – inúmeras músicas maravilhosas da época de Tom Jobim, em que quase todas as músicas brasileiras eram maravilhosas (isso é que é privilégio!). Foi quase igual ao show que pes-so-al-men-te vi (nossa, a separação silábica foi a parte mais demorada do texto. Talvez devesse falar sobre educação no país, rs).

...E Miúcha me lembra Chico, que me lembra música, que me lembra o tal tema piegas...

Apaguei alguns parágrafos começados. E assim o farei até que termine o texto - de preferência sem alusão, menção, analogia ou whatever a ele. Até pareço o Djavan, que em 98% de suas músicas é monotemático!

Acabou de começar um filme na Globo. Paro de escrever (e mudo de canal, nem um parzinho romântico no filme há, oras...).

13 outubro 2006

Fase


Acalma...
com a inspiração precisa
A sensação esperada,
mantendo os olhos fechados num suspiro cansado
... na insistência dessa teimosa lembrança

Paciência

Saio buscando, buscando
Novos olhares confundindo até mesmo a mim
Acredito.
Me pego num rumo enviezado
e procurando, lá longe acredito ver:

a calma

04 outubro 2006

A luta continua







Algum tempo atrás, quando ainda estava na Alemanha, lembro que fiz um post em homenagem à São Paulo. Isso sim, cidade maravilhosa... Certo? Cidade da garoa, dos bares, do agito, dos bons restaurantes, de Maluf deputado eleito mais votado, de shows, eventos bizarros, diversidade mil.

Cidade que me enche de orgulho... Com mais de 200 mil votos temos Campos Machado. Povo cosmopolita pra deixar país de primeiro mundo com inveja. E viva Clodovil!

E a vista do Edifício Itália, então? Nem se fala... No pôr-do-sol garanto que é mais bonito. Ôxe, povo com orgulho exorbitante e Serra reeleito! Cidade da garoa. É bem verdade que tem chovido à beça nos últimos meses... “Orgulho”: elegemos muitos, impedimos um. Com sua licença, vou ouvir Dorival Caymmi.


Saudade da Bahia

Ai, ai que saudade eu tenho da Bahia
Ai, se eu escutasse o que mamãe dizia
"Bem, não vá deixar a sua mãe aflita
A gente faz o que o coração dita
Mas esse mundo é feito de maldade e ilusão"
Ai, se eu escutasse hoje não sofria
Ai, esta saudade dentro do meu peito
Ai, se ter saudade é ter algum defeito
Eu pelo menos, mereço o direito
De ter alguém com quem eu possa me confessar
Ponha-se no meu lugar
E veja como sofre um homem infeliz
Que teve que desabafar
Dizendo a todo mundo o que ninguém diz
Vejam que situação
E vejam como sofre um pobre coração
Pobre de quem acredita
Na glória e no dinheiro para ser feliz

23 setembro 2006

Blá








Acredito que as coisas devam sempre ser feitas com prazer. Digo isso porque me cobro muito algumas vezes. Sempre que posto algo aqui, saio com a sensação de ‘missão cumprida’. Saco, não deveria ser assim, mas é assim que é.

Comecei com essa breve divagação porque queria escrever. Muito! Poderia falar sobre como o samba tem me deixado feliz, da dificuldade e da beleza do choro, ou até sobre política (daria uma ótima poesia o sorriso/carisma do Serra, por exemplo, rs). Como não me veio um tema que achasse válido postar, acabo por aqui. Nada acrescentado, porém com o dever cumprido.

27 agosto 2006

Desejo





Era mentira
No dia que parti
Falei que fui,

te carregando na bagagem
Sem suspeitar, sem enxergar


aquele jeito diferente de falar
Dança comigo essa noite
Hoje é o tempo,



Embriaga meu corpo com meu secreto consentimento
E me permita compensar essa incansável insensatez.


25 agosto 2006

Ponto final.





Luta incessante... Meus medos, desejos, maldades, intimidades, e malícias gostosas...

Dediquei todos a você. Tudo... As vírgulas, as entrelinhas, as reticências.

E agora? Agora tardiamente o ponto encerra o fado.
E fim.

15 agosto 2006

Minhas entrelinhas...





Faz um tempão que não escrevo. Não gosto de usar meu blog como um diário. Daqueles que a pessoa conta o que fez no dia, sem acentuação, ou simplesmente descrevendo a briga com o namorado – com todos os pormenores, claro. Mas sei, dessa vez exagerei no abandono, rs.

Confesso que comecei vários textos, algumas tentativas de poesia. Todos sem sucesso. Escrevo quando preciso, mas quanto mais preciso, menos consigo. Se tivesse escrito todos os dias, esta página estaria monotemática. Queria ser como Fernando Pessoa, que no seu universo de heterônimos, escrevia com sentimentos e linguagens diferentes. Escreveria como se estivesse zangado (acho que nunca tinha falado essa palavra antes, fora citando um dos 7 anões) numa cena hilária; seria capaz de chorar na poesia, mas estando calmo ou o mais admirável: escrever com os pensamentos de outra pessoa.

Escrevi, apaguei, recomecei, reli e não publiquei. Posto essa, que de minha, só as entrelinhas...

Cada coisa

Cada coisa a seu tempo tem seu tempo.
Não florescem no inverno os arvoredos,
Nem pela primavera
Têm branco frio os campos.

À noite, que entra, não pertence, Lídia,
O mesmo ardor que o dia nos pedia.
Com mais sossego amemos
A nossa incerta vida.

À lareira, cansados não da obra
Mas porque a hora é a hora dos cansaços,
Não puxemos a voz
Acima de um segredo,

E casuais, interrompidas, sejam
Nossas palavras de reminiscência
(Não para mais nos serve
A negra ida do Sol) —

Pouco a pouco o passado recordemos
E as histórias contadas no passado
Agora duas vezes
Histórias, que nos falem

Das flores que na nossa infância ida
Com outra consciência nós colhíamos
E sob uma outra espécie
De olhar lançado ao mundo.

E assim, Lídia, à lareira, como estando,
Deuses lares, ali na eternidade,
Como quem compõe roupas
O outrora compúnhamos

Nesse desassossego que o descanso
Nos traz às vidas quando só pensamos
Naquilo que já fomos,
E há só noite lá fora

(Ricardo Reis)

11 julho 2006

Ah, se não fosse a dica!



“Você é uma sábia coruja! A coruja é uma ave noturna, símbolo do conhecimento racional. Você é uma pessoa que gosta de estudar e fazer uma reflexão sobre todos os aspectos de sua vida. Seu dia a dia é bastante regrado. Ai, se alguma coisa estiver fora do lugar ou, dando errado. A coruja não gosta de arriscar e investe apenas naquilo que é certo para ela. Aqui vai uma dica: se você mergulhar no seu interior, descobrirá que tem grande percepção do oculto.”


Esse texto acima foi o resultado de um TESTE que acabei de fazer pela net. Eu não costumo dar bola pra esses resultados, apesar de constantemente me colocar ‘à prova’ através deles, rs.

Especificamente nesse teste, duas coisas me chamaram a atenção: uma, acho que o resultado é bem parecido comigo mesmo. A outra, que p%$#@ é essa de percepção do oculto? Tô precisando ‘mergulhar’ bem mais fundo... rs



11 junho 2006

Previsão














De cara já sabia, já senti.
Não fugi à minha mais ‘nobre’ característica
ao tentar sem um limite.

No esperado, conquistei
Pra nunca mais escapar...

Espectador de mim
mais uma vez deixei
escorregar entre minhas mãos.
Vejo o charme perdendo a cor

e o “essencial” se transformando em saudade...

02 junho 2006

O Trovador do Samba






"Quem gosta de homenagem póstuma é estátua. Eu quero continuar vivo e brigando pela nossa música.” (Cartola, Revista Manchete, 03.12.1977).








Voltando da faculdade, liguei na rádio USP e alguns segundos depois começou a tocar Ney Matogrosso. Nunca citei o Ney aqui, mas acho a voz dele umas das mais belas possíveis. Tudo: o timbre, a intensidade, a graça... Isso sem falar na sua interpretação!

Mas a conversa de hoje não é sobre ele. A música que começou a tocar na rádio era do Cartola. Esse sim, foi minha inspiração pra esse pequeno texto de hoje. Canções mais famosas, como “As rosas não falam”, “Ensaboa”, “O mundo é um moinho”, me despertaram interesse em conhecer um pouco mais sua obra. Mas hoje (e é sem exagero), fiquei impressionada com a música “Acontece”. Nunca tinha ouvido antes, e estou emocionada até agora.

Pesquisando no Google (claro, rs!), li que Cartola começou a trabalhar muito cedo. Foi tipógrafo e pedreiro. Aliás, o nome dele era Angenor de Oliveira e seu apelido surgiu na época em que trabalhava em obras – por causa do chapéu-coco que usava durante o serviço pra evitar que seu cabelo ficasse sujo de cimento. Ele compôs em torno de 500 músicas e o que talvez nem todos saibam é que, junto com mais seis amigos, criou a primeira escola de samba do subúrbio carioca – a Estação Primeira de Mangueira.


Após um bom tempo pesquisando bastante sobre sua vida, separei uma frase de Nelson Sargento, que se encaixa perfeitamente à trajetória do sambista: “Cartola não existiu. Foi um sonho que a gente teve...”


Acontece
Esquece o nosso amor, vê se esquece.
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar.
Vai chorar, vai sofrer, e você não merece,
Mas isso acontece.
Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.




22 maio 2006

Virada Cultural



Ontem (domingo), fui no centro da cidade, perto da Av. São João, assistir ao show “História do Samba Paulista”. Artistas como Paulo Vanzolini, Eduardo Gudin, Cristina Buarque, Ná Ozzetti, Ceumar, Dona Inah, Vânia Bastos, o chatíssimo e insuportável do Jair Rodrigues (não se pode querer tudo...) estavam lá. Os homenageados foram a chamada "santa trindade" do samba paulista: Adoniran Barbosa, Geraldo Filme e Paulo Vanzolini. Que maravilha!

A irmã do Chico cantando ‘Conversa de botequim’, do Noel Rosa, já teria feito valer o show. Isso sem falar da minha mais nova ‘descoberta’, a Ceumar. Que voz, que perfeição!!!

Eventos como esse fazem São Paulo ficar ainda melhor. Quem perdeu, ano que vem tem mais...

19 maio 2006

Que venham muitas!






Amanhã é minha primeira corrida de 10km. Acho engraçado eu ficar um pouco nervosa por causa de uma corrida, que nem competição é. Pelo menos pra mim, não. Quer dizer, é. De certa forma competirei contra meu melhor tempo (58min), e qualquer segundo abaixo disso é vitória. Pensando bem, terminar a prova sem estar morrendo já é bem legal, rs.

Obs: na foto, sou o da esquerda, viu!?

07 maio 2006

Chuva no verão




"Tire seu sorriso do caminho, que eu quero passar com minha dor..."





Eu sempre associei chuva à tristeza. Na verdade, garoa. Não há cenário mais perfeito pra alguém triste do que uma temperatura baixa, acompanhada de uma garoa fina e contínua.
No outono é difícil chover. Há quem diga que no Brasil as quatro estações não são bem definidas. Não concordo. Claro que não é como no hemisfério norte, mas somente no outono as folhas ficam com um tom amarelado, o céu todo azulzinho e aquela sensação de frio ao caminhar pela sombra.


Não me lembro de ter ficado triste no verão. Devo é ter esquecido. Mas isso não importa. Sol pra mim, ainda é alegria.
Hoje fez sol. E eu fechei as janelas.





26 abril 2006

Desabafo






Novidades no orkut.
Agora ele mostra as 5 últimas pessoas que visitaram o seu profile. No começo só vi coisas legais nisso. Depois, pensei: 'poxa, mas não quero que ele saiba que visitei o profile dele'. 'E ela, então? Vai pensar que tem alguma importância'! Ainda mais se descobrir que entro todos os dias (por alguns segundos, só pra dar uma 'conferida', mas isso eles não mostram, né?). Pior foi quando vi a lista de quem me visitou. Me senti invadida. Sim. I-n-v-a-d-i-d-a. 'O que ele quis ver no meu profile?' Afinal, só eu visito - esporadicamente - a página dos outros (bem pouco, mas enfim, só eu).

A solução foi desabilitar essa ferramenta.

'Quem será que anda visitando meu profile, hein'? Maior sacanagem.


Habilitei de novo...

14 abril 2006

E ponto final.






Esse texto acabou surgindo por causa de uma discussão na comunidade do Chico Buarque, no orkut. Parece que ele, recentemente, fez uma versão RAP de uma música . Tá aí. Eu sempre achei o RAP um gênero musical sensacional. Acho sua história atraente, e o fato de seus temas abordarem desigualdades sociais, racismo, já o torna louvável.

Pra quem não sabe, a palavra RAP vem do inglês, Rhythm And Poetry. Uma definição para música, é que ela é uma sequência de sons composta de três dimensões básicas - ritmo, harmonia e melodia. Então esse estilo não é música?

A resposta não veio tão simples assim. Encontrei teorias e mais teorias pra explicar esse ‘paradoxo’, mas nenhuma solucionou a minha dúvida. É ou não é música?

Encontrei uma de que a música só existe na presença do silêncio (!). Outra, de que o RAP pode ser considerado um gênero literário, já que o ritmo é que dá cadência à poesia. (Sei, sei...)

Com base nisso, resolvi que a definição de música - a das dimensões - é restritiva demais, e que a solução seria mudar de definição. Mas é possível, então, achar uma definição perfeita? Fui ficar satisfeita após ter achado um texto sobre um quadro. Essa tela se chama ‘A traição das imagens’. O cara pintou um cachimbo e escreveu embaixo da tela “ceci n’est pas une pipe” (isso não é um cachimbo). No fundo, não é mesmo um cachimbo. É uma pintura de um cachimbo. Se houvesse um replicador molecular que copiasse molécula por molécula do cachimbo, e o autor escrevesse a mesma frase embaixo, a mesma conclusão poderia ser tirada (afinal, é apenas uma cópia do cachimbo).

Pra se ter uma idéia de como essa questão não é tão simples como parece, existe toda uma ciência atrás disso, a chamada ‘ciência meta-objética’, que não somente estuda os objetos, mas tb suas definições. E mais, isso vem sendo pesquisado pelos matemáticos nos últimos 150 anos. Pode?

Onde eu estava? Ah, comecei por causa daquele estilo musical. O que acabei concluindo, é que buscar definições absolutamente perfeitas pras coisas é total perda de tempo (pô, os caras estudam isso há 150 anos e ainda não chegaram muito longe!!), ou seja, RAP é música. E não é.

11 abril 2006

Cadê meu radinho?




Sempre gostei muito de atividades físicas. Na minha adolescência praticava todos os esportes, gostava de competir e falava de handball como hj falo de música. A gente cresce e o tempo encurta, a preguiça aumenta.
Pouco tempo atrás resolvi, de verdade, voltar a ‘poder falar’ que pratico esportes.

Correr já faz parte da minha rotina. Às vezes ouço uma dica ali, outra acolá. E assim estou satisfeita.

Alongamento. Super importante. Então estava eu lá, alongando. Um cara com uma cara meio simpática, um quê de doidinho, se aproximou. Ficamos lá, nos alongando desagradavelmente (não há nada mais desagradável do que se contorcer ao lado de um desconhecido), e eu tentando ignorá-lo. Ele puxou assunto. Há pessoas que não conseguem ignorar o próximo.

Já no cumprimento sorri sem jeito. (Soquinho na minha mão e falando: ‘é assim, dá um soquinho com a mão e depois abre dando um tapinha na minha, vindo da direita pra esquerda’).

Após um de seus 14 conselhos sobre corrida, ainda me jogou uma praga! ‘Corra e espere o corpo endorfinar (!!!!), depois disso é só alegria e vc vai sempre se lembrar de mim enquanto estiver correndo. Sempre!’

Não sei por quê, tava querendo comprar um ipod....

28 março 2006

1/4 de século + 1



Hj estou em festa! Adoro fazer aniversário, ficar mais velha, e sempre espero aquela sensação de medo por causa da idade... (Sensação essa que não tenho). Pq eu só me sinto bem nos '28 de março'...!

Várias coisas bem legais aconteceram ano passado! Estágio na Alemanha, visitei mais um país, voltei a falar com esse sr. aqui, conheci esse outro tb.

Agora no fds vou viajar com meus amigos queridos. Adoro esse tipo de viagem! Pessoas especiais, violão e cerveja. Tudo isso num lugar bem legal, meio que sem contato com mais nada. Fora os presentes, não preciso de mais nada, rs.

18 março 2006

Capítulo 16 - Parágrafo Março




‘E no meio de
tanta gente (...) Entre tanta
gente chata
e sem nenhuma graça...’
Eu sabia que essa frase
cantada pela Marisa Monte fazia o maior sentido!
Vou me atrever a dizer que Chico/Tom/Toquinho/Vinícius já me desculparam pelas tantas vezes que suas músicas me deram alento. Continuarei fazendo delas a explicação mais sincera dos meus sentimentos, mas no momento... Só me interessam mesmo as borboletas.

08 março 2006

Virando a página






O novo, o desconhecido
causa medo.
Mesmo que a situação atual esteja terrivelmente fadada ao fracasso, ou até mesmo já derrotada, pelo menos ela é exatamente aquilo lá, como um trecho de um livro lido e desvendado.

Há hora certa pra mudar, então? Não sei! Mas desconfio que aquele capítulo acabou.


28 fevereiro 2006

É, deve ser isso mesmo...





Ontem foi meio bizarro aqui no banco. Na hora básica do café, surgiu de repente uma discussão sobre o Pica-pau. Tudo pq eu fui fazer uma piada sobre aquele famoso episódio que se passa nas Cataratas do Niágara, onde todos os turistas estão com a capa de chuva amarela e o Pica-pau quer pq quer descer as cachoeiras dentro do barril. Ficou todo mundo me olhando com cara de ‘Ahn? Vc tem certeza que isso é engraçado?’ Pô, ninguém conhecia! Aliás, ninguém via Pica-pau na infância aqui!

Eu me senti desolada! Considerando que a arte de imitar vozes passa longe da minha lista de habilidades, a cena que se seguiu foi, eu assumo, patética. Comecei falando dos seus cabelos vermelhos, depois que era um pássaro e pronunciei beeem devagar seu nome: wo-o-od-d-d-pe-e-ck-er-r. (Qual o sentido do ’devagar’? Bem…) Não teve jeito, 30 segundos depois percebi que já estava chacoalhando minha cabeça ao som do ‘rerre-rerre-rê, rerre-rerre-rê, rerrerrerrêeee’…

Um pequeno parênteses agora: óbvio que eu não toquei no assunto ‘Chaves’. E tb não entendo como alguém pôde crescer sem ter acompanhado Chaves todos os dias. Certamente é uma pessoa com coração de pedra. (No próximo texto haverá mais censura, prometo). Eles tb nunca ouviram falar de Jaspion, Spectreman, Liga da Justiça e por aí vai…

Voltando à cena…
Mas mudar de assunto mesmo, só quando ouvi a frase, após a minha performance de Pica-pau: ‘Ahhh, é aquele que vive fugindo do outro e que faz BEEP BEEP!!!’